Saídas de Campo

8 e 9 de outubro

Saída de campo 1
Geomorfologia, recursos minerais, hidrominerais e geotérmicos e pedreiras das Pedras Salgadas
9:00 – 18:00
Alcino Sousa Oliveira, Luís Sousa e Maria Rosário Costa

Itinerário: Vila Real – Três Minas – Pedras Salgadas – Chaves

Resumo
1. Introdução
O setor entre Peso da Régua e Chaves enquadra-se num cenário geológico, geomorfológico e de recursos geológicos diversificado. As litologias granitóides hercínicas e metassedimentares do Paleozóico inferior, dominantes, distribuídas num domínio geotectónico autóctone e parautóctone, distribuem-se por uma geomorfologia dominada pela megaestrutura de origem varisca, zona de falha de Vila Real-Verin (ZFVV). Neste contexto, revelam-se ali interessantes aspetos ao nível da geomorfologia da região como os sistemas de graben-horst cruzados, e também ao nível de recursos geológicos, os metálicos (como o ouro), os não metálicos (como a pedra natural) e os hidrominerais.

Neste quadro, o objetivo da visita de estudo é dar uma visão local integrada sobre os principais aspetos anteriormente referidos, através de vistas e explicações em sítios específicos.

2. Geomorfologia
A geomorfologia da região é fortemente vincada pela ZFVV, de origem hercínica e ativa na atualidade devido à da Tectónica Alpina. Ao longo desta megaestrutura registam-se grabens e horst cruzados que materializam as depressões ou bacias de Telões-Vila Pouca de Aguiar, Pedras Salgadas-Sabroso, Vidago e Chaves, nesta com a máxima expressão.

Estações: 1) Estrada de Vila Pouca de Aguiar-Valpaços (graben de Pedras Salgadas); Miradouro de S. Lourenço (graben de Chaves)

3. Águas minerais gasocarbónicas e sulfúreas
Ao longo da megaestrutura tectónica de Vila Real-Verin estão associadas múltiplas emergências de águas minerais com especial destaque entre as localidades Peso da Régua e Chaves. Os fatores geológicos e geomorfológicos são determinantes no condicionamento dos circuitos hidrominerais e das características físico-químicas das águas minerais associadas. Ao longo da mesma megaestrutura ocorrem águas minerais gasocarbónicas, bicarbonatadas sódicas, com pH ácido e também águas sulfúreas, bicarbonatadas sódicas, fluoretadas, com pH alcalino. Com origem meteórica e após um longo percurso onde se estabeleceram fenómenos de interação água/rocha/gases e microrganismos estas águas emergem com diferentes características físico-químicas e microbiológicas. O seu aproveitamento é diverso, em termalismo, dermocosmética, engarrafamento e geotermia, com o engarrafamento restrito às águas gasocarbónicas. Os principais polos de ocorrência/exploração são Caldas de Moledo, com as águas sulfúreas, e Pedras Salgadas, Vidago e Chaves, com águas gasocarbónicas.

Estações: 1) Parque hidromineral de Pedras Salgadas e emergências de águas gasocarbónicas; 2) Captação de água gasocarbónica do Cardal; 3) Termas de Chaves e aproveitamentos termais e geotérmicos; 4) Visita às Termas Romanas de Chaves.

4. Pedra Natural de Pedras Salgadas
As pedreiras do granito de Pedras Salgadas situam-se no maciço granítico de Vila Pouca de Aguiar. Este maciço é constituído por granitos pós-tectónicos e, por isso, apresentam boas características de fracturação e meteorização. O granito de Pedras Salgadas apresenta tonalidade clara, é essencialmente biotítico, de grão médio a fino, e evidencia alguns megacristais de feldspato potássico. Estas características, aliadas às excelentes propriedades físico-mecânicas, fazem dele uma das mais afamadas pedras naturais de Portugal. A fraturação regional é composta por três famílias de falhas: N10°-30°E, N40°-50°W e N60°-80°E, sendo a primeira, paralela à ZFVV, a mais importante e aquela que mais afeta o maciço.

Estações: 1) Pedreira do granito de Pedras Salgadas; 2) Fábrica de transformação de granito.

5. O Ouro de Três Minas
A produção de recursos metálicos atingiu o apogeu com a extração de ouro nas zonas de Tresminas e de Jales. Os filões de Campo e da Gralheira e as ocorrências de Tresminas fazem parte de uma região aurífera extensivamente trabalhada pelos romanos, durante os séculos I e II da era cristã. As zonas mineralizadas, exploradas nas cortas, localizam-se na Unidade de Curros, do Devónico inferior, constituída por filitos, xistos verdes, gresofilitos e grauvaques. Há, assim, um controlo litoestrutural da mineralização. A mineralização do jazigo é invulgar, não se sabendo ao certo a génese do mesmo, foram apresentadas diversas interpretações como origem sin-sedimentar e origem a partir de fluidos magmáticos que formaram um “stockwork”.

Estações: 1) Cortas romanas e visita a galeria; 2) Centro Interpretativo do Complexo Mineiro Romano.

Saída de campo 2
Vila Real – Bragança: Do autóctone ao Alóctone Superior
9:00 – 18:00
Elisa Gomes, Carlos Meireles e Rui Teixeira

Itinerário:  Bragança – Granulitos de Tojal dos Pereiros, Serpentinitos de Donai, Eclogitos de Gimonde e Talcoxistos de Soeira. Centro de Ciência Viva de Bragança e afloramentos do rio Fervença

Resumo
Será feita a introdução à Geologia do Nordeste Transmontano no miradouro da Capela da Nossa Senhora do Campo, localizada no monte com a altitude de 819 m, a Oeste da freguesia de Lamas, Concelho de Macedo de Cavaleiros.
No maciço de Bragança serão visitados diversos afloramentos, sobretudo do Alóctone Intermédio (Ofiolito) e do Alóctone Superior, nomeadamente Granulitos de Tojal dos Pereiros, Serpentinitos de Alimonde e de Donai, Eclogitos de Gimonde e Talcoxistos de Soeira. Na cidade de Bragança será feita a visita ao castelo e ao Centro de Ciência Viva de Bragança e afloramentos do rio Fervença.

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